Territórios Negros: Afro-brasileiros em Porto Alegre.
A saída de Campo Territórios
Negros: Afro-brasileiros em Porto Alegre, ocorreu no dia 02 de junho, quando a
turma da disciplina de Trabalho de Campo
do Pós de Ensino de Geografia e História percorreu a cidade de Porto
Alegre com foco nos territórios que
historicamente foram utilizados pelos negros na cidade de Porto Alegre, ou
tiveram de alguma forma intervenção do negro e sua cultura.
A saída ocorreu com apoio da
Secretaria Municipal Educação de Porto Alegre e da empresa de transporte
público Carris, responsável pelo desenvolvimento do Projeto Territórios Negros:
Afro-brasileiros em Porto Alegre, que tem como objetivo trabalhar os
espaços Negros da cidade, buscando a identidade da população negra na história
da capital gaúcha. O projeto dos afro-brasileiros em Porto Alegre promove a
visualização de espaços referencias das praticas culturais e dos modos de vida
dos negros, explicitando a atuação destes como trabalhadores escravos e
trabalhadores livres na atualidade, mostrando a diversidade racial da cidade de
Porto Alegre.
O percurso dos Territórios Negros
é baseado em um trajeto feito pelo professor e ativista negro Oliveira
Silveira, e também, há ligação com o Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre.
O primeiro local visitado foi o Largo da Forca, atual Praça Brigadeiro
Sampaio, localizado próxima a usina do Gasômetro, era onde ocorriam as
execuções dos negros condenados em processos que prescreviam, geralmente, penas
mais duras para os escravos. Atual praia
fazia parte da praia do Arsenal, que abrigava estaleiros, ficou conhecida como
Largo da Forca por ser caracterizada como um lugar ermo, de mau aspecto, onde
ocorriam as execuções de condenados a morte. Em 1832 a construção de uma cadeia pública é
iniciada e abandonada nos alicerces. Em 1856 a área foi aterrada, ajardinada e
arborizada, recebendo a denominação de Praça do Arsenal. Ao longo da sua
história a praça passa por diversas reestruturações ficando com o nome de Praça
Brigadeiro Sampaio em 1965.
Imagem aérea da Praça Brigadeiro Sampaio
Foto da Praça Brigadeiro Sampaio
Placa dobre o Tambor da cultura negra na Praça Brigadeiro Sampaio
O tambor
Detalhe da decoração do tambor, retratando o cotidiano do Negros
População interagindo com o tambor.
Imagem aérea da Praça Brigadeiro Sampaio
Foto da Praça Brigadeiro Sampaio
Placa dobre o Tambor da cultura negra na Praça Brigadeiro Sampaio
O tambor
Detalhe da decoração do tambor, retratando o cotidiano do Negros
População interagindo com o tambor.
O segundo local visitado foi o Pelourinho, muito próximo ao antigo
Largo da Forca, o Pelourinho de Porto Alegre ficava situada em frente à Igreja
Nossa Senhora das Dores, era onde os escravos eram castigados quando quebravam as regras da escravidão.
Igreja das Dores, a frente localiza-se o Pelourinho
Igreja das Dores, a frente localiza-se o Pelourinho
Passando pelo Pelourinho fomo
visitar o Mercado Público de Porto Alegre,
que foi construído por escravos e diz a lenda que no centro da edificação, foi
feito um assentamento dedicado a um orixá, o Bará, dos cultos religiosos
africanos e afro-brasileiros.
O Bará do Mercado Público de Porto Alegre
O Bará do Mercado Público de Porto Alegre
O atual Parque Farroupilha foi Campo da Redenção, campo da várzea, local
onde negros se reuniam nos domingos, ainda durante a escravidão praticando suas
tradições, danças e jogos. Muitos permaneceram ali depois de 1884, quando
ocorreu a abolição no Rio Grande do Sul.
O próximo local visitado foi o
Bairro Rio Branco, hoje área nobre da cidade de Porto Alegre e que antigamente
foi colônia africana, nas imediações
das ruas Castro Alves, Casemiro de Abreu, esta região foi habitada pelos
afro-brasileiros no final do século XIX. Negros Alforriados e os libertos ali
estabeleciam moradia.
Outro ponto visitado de
concentração negra em Porto Alegre foi a Ilhota,
hoje, é local onde fica situado o Ginásio Tesourinha. Nesta região da cidade
foi criada a Liga da Canela Preta pelos negros para a prática do futebol e
também possuía uma ligação muito forte com o samba. Com revitalização da área
na década de 60, a população negra foi deslocada para Vila Restinga.
A última parada do percurso dos
territórios negros foi o Quilombo do
Areal/Luís Guaranha, situado no Bairro Cidade Baixa. Este quilombo foi
reconhecido como tal em 2004. A região integrava a propriedade do Barão e da
Baronesa do Gravatahy. NO fianl do século XIX e próximo abolição da escravidão,
a região e as diversas formas de sociabilidade entre as famílias
afrodescendentes possibilitaram o reconhecimento da Rua Luís Guaranha como “Quilombo
Urbano”.
O início e final do passeio foi
no ponto de maior identidade da cidade de Porto Alegre com a cultura
afro-brasileira, o Largo Zumbi dos
Palmares, localizado na cidade Baixa, O Largo ganha esta designação a
partir das marchas dos anos 70,promovidas por ativistas do movimento negro, que
marcaram o início da atual fase de mobilização em favor da igualdade racial e
de combate ao racismo.
Cópia do Folder da saída turística de Porto Alegre e seus territórios negros: